sexta-feira, 9 de novembro de 2012
FAZ DE CONTA
Eu gostava de fazer de conta que eu era uma
estrela. Ficava horas e mais horas retirando forças para fagulhar meu
brilho, enquanto nenhum ser se preocupava em dar uma simples espiadela.
Isso era tudo de que precisava, uma espiadela, que faria todo o sentido
em minha tola existência. Em toda essa imensidão, em todas as maneiras
de universos e galáxias possíveis, eu nem sequer encontrei quem me
carecesse um piscar. Mas, dentre desatenções, você instintivamente
brilha. E como que toda escuridão já era me feita, não pude perceber.
Você insistia, não adiantava. Tentava novamente, nada. E quando eu me
vi, realmente, em um ensejo, tremeluzi como se todas as forças do mundo
se encontrassem em mim. Nós brilhamos juntos, como que o céu todo não
fizesse sentido, e nós brilhamos juntos em extraordinária alegria. Mas,
na verdade, todas as forças do mundo não se encontravam em mim, nem em
você. A luz que a gente compartilhava foi enfraquecendo, mas as coisas
continuavam sem sentido algum. E essa história de ser estrela não era
mais tão fantástica. Ousei não desistir, essa conspiração toda que o
universo fez ao nosso favor não iria se quebrar assim. Quando te mostrei
meu brilho, aquele que você nunca tinha visto antes, você deu aquela
simples espiadela que eu tanto precisava. E isso foi o bastante para
mim. Daí, nós explodimos completamente em um amor sem fim, e o barulho
ecoa até hoje em meu céu.
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